Mark Tansey Monte Sainte Victoire

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Shakeaspeare e a livre especulação

Na idade média há a interrupção do estudo teórico da teoria do belo autônomo, ou seja desde Plotino até ao Sc. XVIII. Na idade média não havia consciência estética, a finalidade da arte a criação do belo restringia-se a representação do "esplendor divino", devido a autoridade da Igreja sobre a arte. No Renascimento isso começa a mudar então um proefessor de estética pergunta: "Por que a estética é um advento posterior a Rafael?". De modo semelhente ao que se sucedeu com a filosofia da arte (identidade entre belo e ideal) que é posterior a Fidias, pois na Grécia o processo secular e religioso se completa somente após Fidias. Assim, o espírito reflexivo e analítico que segue o período de Rafael só se completa no Séc. XVIII. Embora no renascimento possibilitasse o desenvolvimento da autonomia do belo frente a esfera moral, quer dizer, a arte então genericamente concebida, passa a codificar-se em subdivisões específicas e a mímese entendida como imitação realista da beleza natural.
O ponto de cisão entre religião e cultura secular não ocorre com Rafael (e seu tempo), mas se inicia com Shakeaspeare. Não é no campo da visualidade que este ocorre, mas no drama. Em Shakespeare a arte se torna independente da arte clássica e propõe a livre-expressão: o problema da dúvida, da escolha, da paixão. A tarefa imediata é despertar da livre-especulação, que abre a senda do desenvolvimento da estética como elemento integral da filosofia moderna.

The Death of Lady Macbeth “ Dante Gabriel Rosseti

Ophelia, John Everett Millais

 

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