Mark Tansey Monte Sainte Victoire

terça-feira, 23 de agosto de 2011

ESQUEMA GERAL DAS FASES DO DISCURSO SOBRE ARTE NO OCIDENTE

•1- O advento das teorias do belo e do fazer criador nas obras de Platão e de Aristóteles e, ainda, da oposição entre mimese/ representação e expressão — que se estenderam até o renascimento articulando a tríade: belo=bem=verdade.

•2- O Século XVIII distingue-se pelo advento da estética: 1750 G. Baumgarten publica a Aesthetica, em 1790 Emanuel Kant publica A crítica do juízo, surge no quadro preparado, principalmente, pela emergência das questões da percepção, desinteresse, da apreciação, do sublime e sensível especialmente solicitações do paradoxo do gosto levantadas por David Hume. Georg Friedrich Hegel cerca de 1820 diz que a estética, como teoria da sensibilidade, não dá conta do estudo das obras de arte e funda a história da arte (uma ciência).

•3- No fim do Século XIX, surgem inúmeras teorias da arte, num quadro marcado por debates e polêmicas entre membros da filosofia romântica e seus críticos como Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche. Elas se multiplicam com a filosofia fenomenológica, o descentramento da secular preocupação com o belo. Isso produz uma atomização cada vez maior da estética em versões particularizadas e diferenciais. Praticamente fora da filosofia a estética filosófica cede terreno para as incontáveis teorias da arte (SANTAELLA).

• 4- Denomina-se o período contemporâneo de póscrítico. Neste se recoloca as questões estéticas de volta ao centro da discussão sobre a arte e a cultura. A questão da subjetividade, o tema da morte do homem, da morte da arte (e outras mortes) remetem todas ao estatuto do autor, do sujeito pensante como criador, motivo pelo qual a estética retorna à arte, como seu objeto privilegiado de reflexão. O termo poscriticismo é proposto por Peter Einseman, que diz em "Formar o pós crítico" citando o Rosalind Kraus e Yves-Alain Bois: "O que está em jogo é a conservação da singularidade dos objetos ao desligá-los de seus modos convencionais de legitimação”. Iser Wolfgang diz que embora as artes experimentais tenham se tornado marginais, o estético faz um retorno triunfante porque, num mundo cada vez mais desorientado, somente ele pode comunicar ou enfrentar uma realidade de finalidade aberta.
Se crítica (krinein) significa distinguir, separar, a dificuldade de traçar linhas divisórias o momento apresenta-se como problemático, de crise de discernimento. A questão aproxima-se da que Arthur Danto defende em sua tese sobre o fim da arte. "Se a Brillo Box (1964), de Andy Warhol, é arte qualquer coisa pode ser. Porque nada a diferencia das caixas comuns de detergente. Assim, não haveria nenhum modo especial de ser da obra de arte". Baitello in Itaú Cultural.
Em A eterna obsessão, Angélica de Moraes diz que:
"Em Após o Fim da Arte: Arte Contemporânea e os Limites da História (Edusp, 2006), Danto esclarece que o fim da arte consiste na tomada de consciência de sua verdadeira natureza filosófica. Ao invés de cancelar a validade do exercício da arte, ele a amplia e distende para abranger um campo ainda mais vasto."
 
 
Referências

EINSEMAN, Peter. Formar lo poscrítico, arquitetura, función y significado. Madrid. Revista Arquitectura Viva. n. 50 sept.-outu., 1996.
JUNIOR, Norval Baitello. A arte está morta. In. http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2720&cd_materia=852
SANTAELLA, Lúcia. Estética de Platão a Peirce. (...)

TELLES. Sophia. Falem os projetos. Revista AU, 1992

 
 

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